A Importância de um Intestino Saudável: o segundo cérebro

As funções do intestino vão muito além do que aprendemos na escola. Além de absorver os nutrientes (aminoácidos, açúcares, vitaminas, peptídeos, íons e água), metabolizá-los (transforma-os em substâncias úteis) e produzir energia (para o funcionamento de todo o corpo), o intestino também participa da função endócrina (produzindo hormônios), da função neurológica (produzindo neurotransmissores), cuida da proteção do corpo (função imunológica) e excreta aquilo que não precisamos.

O intestino possui uma complexa rede nervosa e neuronal, abrigando o segundo maior sistema nervoso do corpo – chamado cérebro entérico (SNE). Ele funciona independente do SNC, mas existe uma comunicação constante entre eles (um eixo intestino-cérebro constituído por rotas bidirecionais, o que permite que um possa influenciar o outro).

Afecções e alterações psíquicas podem interferir em processos digestivos, absortivos e secretivos. A via contrária também mostra-se real, onde condições inflamatórias intestinais relacionam-se com alterações psíquicas como as tomadas de decisões, o humor e o afeto. Para comunicação, este eixo utiliza vias como o sistema nervoso, o sistema imune, o sistema neuroendócrino e o sistema circulatório – que permite a passagem de metabólitos e neurotransmissores produzidos pelo intestino.

Essa interação entre SNC e SNE regula a motilidade intestinal, modula a produção de secreções intestinais e de entero-hormônios – com ação local e sistêmica. Um exemplo disso, é a serotonina que é produzida em sua maior parte – aproximadamente 70% – por células intestinais. A serotonina também é precursora da melatonina (hormônio do sono). Ambas participam de sensações de bem-estar, otimismo, bom humor e funções de atenção e raciocínio.

Recentemente, tornou-se evidente que a microbiota intestinal pode influenciar o funcionamento do eixo intestino-cérebro e alterar funções cerebrais e até mesmo o comportamento. Observando estas interferências e correlações entre este eixo, vários estudos foram realizados. Estes, mostraram que algumas cepas estão diminuídas em pessoas diagnosticadas com depressão. Já outras cepas, estão relacionadas com aumento da qualidade de vida global – uso de determinados probióticos levam a uma melhora clínica em pacientes com transtornos do humor.

Portanto, cuide-se! Alimente sua microbiota e conte comigo para auxiliar em seu bem-estar físico, mental e emocional.